Projeto Canción

sexta-feira, agosto 18, 2006

Reflexao intensa e subjetiva

É uma tarefa muito árdua a que nos estamos propondo: perceber e refletir culturas. A subjetividade da vida me surpreende, me assusta, e acima de tudo me fascina. Como posso transmitir algo que só eu percebo? Como posso chamar meu ponto de vista de realidade? Quem sou eu para julgar, mesmo que nesse caso o julgamento tenha aspecto de análise?
Conhecer a dor, a luta e a força dos Sem-Terra já mudou a cor de meus olhos. Quem dirá um ano cruzando continentes?! Já fui muitas Micheles, ainda encarnarei muitas outras, até chegar a ser nenhuma. Queria apreender a alma do povo paraguaio, mas nem sei se tal coisa existe - fronteiras artificiais que separam os homens são romantizadas e enaltecidas, mas no fim geram mais guerras que unidades.
Sei que quero conhecer pessoas; sentir o outro - quem sabe até ser o outro, descobrir terras nunca dantes desbravadas dentro de mim. Sei que há uma hegemonia parasita mundial. Acredito na união latino-americana para que tenhamos autonomia e possibilidade. Mas a revolução, aquela que sensibilizará a mesquinhez da Terra (ou terra) não se fará com armas. A verdadeira revolução se dará (ou, infelizmente, não) na consciência. As armas não acabam com o medo e o egoísmo. O auto e alter conhecimento, creio que sim.
Estou abrindo minha pele, expondo minhas entranhas - no meio de tantos questionamentos, esse é agora meu norte. Mas minha bússula é caprichosa (ou despretenciosa) e pode apontar sua seta para qualquer direção a qualquer momento.

















Mi

1 Comentários:

Às 11:19 PM , Blogger Augusto Ouriques Lopes disse...

Mi, gostei bastante do seu texto. Não sabia que você escrevia tão bem.

 

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